A sociedade maia vivia na região que hoje compreende o sul do México, a Guatemala e a Península de Yucatán. Os indícios apontam que por volta de 900ª.C. os maias já estavam estabelecidos ali.
Politicamente, os maias se organizavam em cidades-Estado que se caracterizavam como centros religiosos. As cidades-Estado mais importantes eram Palenque, Tikal, e Copán. A base da economia era a agricultura, sobretudo do milho, considerado um alimento sagrado. As práticas, agrícolas eram rudimentares, com a utilização de instrumentos simples e da queimada para limpar o terreno.
A parcela mais numerosa da população era formada por trabalhadores agrícolas, denominados de mazehualob. O governo era exercido por um monarca, que tinha vários auxiliares nas funções religiosas, administrativas e militares. A monarquia era hereditária e tinha caráter religioso.
A religião era um traço marcante dessa sociedade. Os maias acreditavam que a vida era dirigida pelos deuses era representada por elementos naturais como o Sol, a chuva ou o vento, mas acreditam também em um deus criador do mundo, que chamavam de Hunab.
Os maias usavam uma escrita hieroglífica cujos sinais pictográficos e símbolos representavam as silabas. Tinham amplo conhecimento de astronomia, que usavam para prever eclipses e observar os movimentos dos astros. Criaram um calendário com ano de 365 dias, dividido em 18 meses de 20 dias, aos quais se somava, mais 5 dias para completar o ciclo solar. Na matemática estabeleceram um símbolo para o zero.
A partir do século IX d.C., as cidades do sul começaram a desaparecer, progredindo até a chegada dos espanhóis, fato que provocou uma trágica mudança na história daquele povo.
Os Incas
Os incas formaram um vasto império que ocupava a região que hoje corresponde à Bolívia, ao Peru ao Equador, a parte do Chile, chegando até a Argentina. As terras do Império Inca iam dos Andes até o litoral do Oceano Pacífico.
No início de sua formação, organizavam-se em tribos que compunham uma confederação no Vale do Cuzco. As disputas com povos vizinhos criaram nos incas o impulso imperialista. Na primeira metade do século XV começou a expansão inca. A justificativa usada para avançar sobre as terras alheias era a de levar aos povos que eles consideravam selvagens uma cultura mais avançada. Ironicamente, no século seguinte, os europeus dominaram a América usando o mesmo argumento.
A fim de manter o controle sobre os povos dominados, os incas desenvolveram um eficiente sistema de comunicação entre várias partes do Império. Esse sistema consistia na construção de uma rede de estradas e na manutenção de postos de informações percorridos por vários mensageiros, que passavam noticias de um posto a outro O império era politicamente dirigido pela cidade de Cuzco, que os incas acreditavam ser o centro do mundo.
A exploração das províncias era feita por meio do trabalho familiar. Cada família recebia um lote de terra para cultivar, além da obrigação de prestar serviços nas terras do kuraka, que era o chefe da comunidade. A prestação de serviço na terra do kuraka era chamada de mita.
O império Inca era formado por numerosas comunidades agrícolas, os chamados ayllus, e seu líder máximo era o Inca, considerado filho do Sol, e que na sua tarefa de governar, era auxiliado pelos Kuracas. A sucessão imperial não era hereditária: quando o Inca morria, os nobres lutavam entre si para definir quem seria o novo rei. Os espanhóis aproveitaram-se de um desses momentos de disputa pelo poder, travada entre Atahualpa e Huàscar (coincidentemente os dois nobres eram filhos do Inca Huyana Kápac), para estabelecer sua dominação sobre aquele Império.
Todas as famílias tinham a obrigação de pagar tributos em espécie ao Inca, o que servia para sustentar a sua família e uma aristocracia formada por religiosos e militares. O sistema de pagamento de impostos retirava dos agricultores uma expressiva parte dos alimentos que deveriam servir para o seu sustento. Aliada a essa exploração, a dominação política exercida pelo Inca e por seus exércitos provocava freqüentes rebeliões dos povos dominados. Quando havia revoltas, a repressão era imediata. As comunidades muito rebeldes eram transferidas para outras regiões como forma de castigo.
Os Astecas
Os astecas criaram uma civilização com fortes traços urbanos. A capital, Tenochtitlán, possuía uma vida muito movimentada, um ativo centro de comércio, muitas construções que abrigavam a administração pública e vários templos e pirâmides dedicadas aos diversos deuses cultuados por eles. Tenochtitlán representava o poderio asteca de tal forma que os espanhóis, no processo de conquista da América, transformaram a cidade em ruínas e construíram sobre elas a Cidade do México, a fim de que não restasse um traço sequer da importância e do poder que a cidade havia representado.
Quando os espanhóis chegaram a América ,a civilização asteca ocupava um região que se estendia da atual Guatemala até o México, e do Oceano Pacífico até o Golfo do México. As riquezas acumuladas pelos reis astecas surpreenderam os espanhóis e foram, evidentemente, um dos maiores motivos para a destruição daquela civilização.
Os astecas migraram para o Vale do México no início do século XIII. Posteriormente fizeram uma aliança com os habitantes de duas outras cidades, Texcoco e Tlaconpán, e passaram a praticar uma política imperialista de conquista das regiões vizinhas. Aos poucos, Tenochtitlán foi ganhando importância, sobrepôs-se às outras duas cidades e tornou-se a capital do Império Asteca.
O controle sobre as regiões dominadas era feito por meio de uma poderosa força militar que garantia a submissão dos outros povos e o pagamento dos tributos devidos ao imperador asteca. Foi graças a essa exploração econômica que os governantes conseguiram acumular os tesouros que foram pilhados pelos espanhóis.
O governo era exercido por um monarca denominado de Tlatoani, eleito pelos membros da camada dominante (militares funcionários do alto escalão da administração pública e sacerdotes). Após a eleição, o novo rei tinha o seu poder sancionado pelos sacerdotes, que conferiam a ele um caráter divino. Também no Estado asteca, política e religião articulavam-se de forma a garantir que o poder não fosse questionado. O expansionismo asteca resultou na formação de uma sociedade guerreira, que dava grande valor à hierarquia e cujo chefe supremo era, também, um líder militar.
A população pobre era formada principalmente por trabalhadores agrícolas que tinham o direito de explorar um lote de terra, com o compromisso de pagar tributos ao Estado. As crianças tinham escolas e havia a possibilidade de ascensão social para os que quisessem entrar para o exército ou para o clero.
Como habitavam uma região pantanosa, os astecas desenvolveram um sistema de cultivo em plataformas, denominadas chinampas, que eram construídas na superfície dos lagos, utilizando-se o lodo e as plantas aquáticas. A fim de viabilizar o uso das plataformas foram construídos diques e canais para controlar as águas.
Os astecas praticavam a escravidão, mas essa prática era bastante diferente daquela introduzida na América a partir do século XVI pelos colonizadores. O escravo poderia ser um prisioneiro de guerra, ou alguém que não fosse oferecendo a si próprio. Mas a escravidão era, em geral, temporária. Após a quitação da divida por meio da prestação de serviços, a pessoa readquiria a sua liberdade. Os filhos de escravos nasciam livres e, além disso, era possível comprar a liberdade com certa facilidade.
A intensa atividade urbana foi responsável pela constituição de uma camada média, formada por comerciantes, artesãos e funcionários públicos.
Os comerciantes eram denominados de pochthecas e, graças ao seu trabalho, podiam acumular grandes fortunas. Porém, mais que a riqueza material, a grande fonte de poder no Império Asteca era o Estado. O grupo que realmente exercia o poder era formado pelo Tlatoami, pelos sacerdotes, militares e membros do alto escalão do serviço público.
A mitologia asteca previa o retorno à Terra dos deuses que haviam criado a vida. Quando os espanhóis chegaram àquela região foram confundidos com deuses e, por causa disso, recebidos com honrarias pelos astecas, que aceitaram se submeter à dominação dos colonizadores. Quando entenderam que pessoas tão cruéis não poderiam ser deuses, era tarde demais: os conquistadores já haviam se apoderado do Império.
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