O Iluminismo(texto)
Introdução
O Iluminismo foi um movimento intelectual ocorrido no século XVIII, na França, que criticava o Antigo Regime. As idéias iluministas caracterizavam-se pela importância que davam a razão: rejeitavam as tradições e procuravam uma explicação racional para todas as coisas.
O Iluminismo tem suas origem no século XVII, mas desenvolveu-se no século XVIII, na França considerado o “Século das Luzes”.
Antigo Regime
Denominação da estrutura política, econômica e social que tinha como características: o absolutismo, o mercantilismo e a sociedade dividida em estamentos.
Razão
Para o iluminismo a razão era a faculdade de fazer julgamentos e inferências (deduzir pela racionalidade).
Os iluministas afirmavam, ainda que a razão se opõe radicalmente à ignorância, à superstição e à aceitação de verdades baseadas na fé e na tradição.
Tal postura colocou-os contra as autoridades religiosas, acusando-as de manterem a humanidade na ignorância em proveito próprio. Apesar disso, mantinham a crença em Deus, por considerá-lo a “expressão máxima da razão”.
O que o iluminismo defendia
• Igualdade comercial e jurídica.
• Tolerância religiosa ou filosófica
• Liberdade pessoal e social.
Os pensadores iluministas tornaram-se porta vozes de todos aqueles que almejavam mudanças sociais, como o fim do poder absoluto dos reis e o triunfo das liberdades individuais.
O que o iluminismo criticava
Os princípios iluministas chocavam-se com os do Antigo Regime. Assim o iluminismo criticava:
• O absolutismo monárquico: porque protegia a nobreza e o clero mantendo seus privilégios. Além disso, impediam os burgueses de participarem do poder. As regalias da nobreza deviam-se ao fato de serem bem nascidos.
• O mercantilismo: porque a intervenção do Estado na economia era considerada prejudicial ao comércio e ao enriquecimento da burguesia.
• O poder da Igreja: porque esse baseava-se em verdades reveladas pela fé. Isso chocava-se com a liberdade do indivíduo para elaborar conceitos, normas, idéias e teorias.
Pensadores Iluministas
René Descartes era filósofo, matemático, cientista e um dos pioneiros do movimento iluminista.
Na sua obra, Discurso sobre o Método, Descartes afirma que para se chegar ao conhecimento é preciso fazer uma crítica a todo saber acumulado pelo ser humano, o que se consegue usando a dúvida como método. Assim sendo, segundo ele, é preciso duvidar de tudo o que se vê ou se ouve e até mesmo das verdades estabelecidas pela ciência.
“Para Descartes, o ato de duvidar permite ao homem comprovar sua própria existência, pois quem dúvida pensa, e quem pensa existe. Assim sendo ele chegou a sua proposição básica: ‘Penso, logo existo’” (BOULOS, Jr.,A. História Geral.v.2, FTD, 1995)
John Locke (1632-1704), filósofo inglês.
Na sua obra Ensaio Sobre o Entendimento, Locke elabora uma nova teoria sobre o conhecimento. Para ele, ao nascer, o homem é uma tábula rasa, um papel em branco. Aos poucos através da experiência, a mente humana vai registrando idéias simples. Depois, organizando, comparando e relacionando tais idéias por meio da razão, chega a elaborar idéias complexas.
No plano político, Locke contribuiu para o combate ao absolutismo negando a origem divina dos reis e afirma que o governo nasceu de um acordo, de uma relação contratual, entre governantes e governados. Diz que depois do acordo, os governados continuam tendo direito à vida, à liberdade e à propriedade e que, se não forem respeitados, Têm o direito de se revoltar contra o governo.
Montesquieu (1689-1755), jurista, filósofo e escritor.
Na sua principal obra, O Espírito das Leis, contrariou os pensamentos religiosos de Bossuet*.
Nesse mesmo livro, Montesquieu expôs sua teoria dos três poderes. Partindo da idéia de que “qualquer pessoa que tenha o poder tende a abusar dele” propõe a divisão do poder político em três: Legislativo, para elaborar e aprovar leis; Executivo, para executar as leis e administrar o país; Judiciário, para fiscalizar o cumprimento das leis. Para esse pensador francês os poderes deveriam ser autônomos. Ou seja, cada um deles deveria atuar de modo a impedir o abuso de poder dos outros dois.
Voltaire (1694-1778), filósofo.
Foi um dos mais famosos pensadores do Iluminismo. Com seu estilo literário irônico e vibrante, destacou-se pelas críticas que fez ao clero católico, à intolerância religiosa e à prepotência dos poderosos.
Em termos políticos não era propriamente um democrata, mas defensor de uma monarquia respeitadora das liberdades individuais, cujo soberano governaria guiado pelo pensamento iluminista – era o Despotismo Esclarecido.
Uma de suas maiores marcas era a defesa da liberdade de pensamento que ele expressou em uma celebre frase:
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”
Rousseau (1712-1778), filósofo.
Era um democrata convicto expressando o pensamento das camadas mais baixas da população. Foi uma exceção entre os iluministas, pois criticava a alta e média burguesia e a propriedade privada.
Numa de suas principais obras, O Contrato Social, afirma que o povo é soberano e que o fundamental é a vontade da maioria expressa através do voto universal “Se o governo eleito pela maioria não estiver representando, o povo não só pode, como deve substituí-lo”.
Os revolucionários franceses resumiram a essência do pensamento democrático de Rousseau em três palavras: “liberdade, igualdade e fraternidade”, que compuseram o lema da Revolução Francesa.
Em uma de suas obras: “Discurso sobre a origem da disigualdade entre os homens” Afirmava que o surgimento da propriedade privada era responsável pelas infelicidades e desigualdades sociais.
“O primeiro que concebeu a idéia de cercar uma parcela de terra e de dizer ‘isto é meu’, e que encontrou gente suficientemente ingênua que lhe desse crédito, este foi o autentico fundador da sociedade civil. De quantos delitos, guerras, assassínios, desgraças e horrores teria livrado o Gênero humano aquele que, arrancando as estancas e enchendo os sulcos divisórios, gritasse: ‘cuidado, não daí crédito a esse trapaceiro, perecereis se esqueceres que a terra pertence a todos’”
Enciclopédia
Obra que sintetizava o pensamento iluminista era composta, por 35 volumes. Contribuiu para difundir as novas idéias. Foi organizada por dois pensadores do Iluminismo: Denis Diderot e Jean D’Alembert.
Fisiocratas
Condenavam o mercantilismo e a intervenção do Estado na economia. A natureza era a fonte de toda a riqueza, daí a supremacia da agricultura sobre o comércio.
Ao contrário dos mercantilistas, consideravam o comércio uma atividade econômica estéril, que não produz riquezas, mas simplesmente as troca. Condenavam também a intervenção do Estado na economia, afirmando que a economia funciona por si mesma, impulsionada por leis naturais. Seu lema Laissez faire, laissez passes, le monde va de lui-même – Deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si.
Expoentes: Quesnay, Turgot e Gournay.
Adam Smith (1723-1790), escocês, economista.
Influenciado pelas idéias fisiocratas elaborou as bases do liberalismo econômico. Defendia um sistema econômico baseado na liberdade da concorrência e na lei da oferta e procura. Negava a intervenção do estado sobre a economia.
Em seu livro A riqueza das Nações defendeu a teoria de que a economia funcionava por si mesma, como se houvesse uma “mão invisível” a dirigi-la. Para Smith a fonte da riqueza era o trabalho.
Despotismo Esclarecido
O Despotismo Esclarecido foi à tentativa de alguns monarcas absolutistas de adaptar idéias iluministas a política absolutista. Para isso introduziram várias reformas.
Como exemplos das reformas do absolutismo ilustrado podemos citar:
• Educação: incentivo a educação pública através da construção de escolas, do apoio às academias literárias e cientificas e da divulgação de textos eruditos.
• Tributos: aperfeiçoamento do sistema de arrecadação tributária, procurando tornar menos opressiva a carga de tributos cobrados das classes populares.
Os representantes mais destacados foram Frederico II da Prússia, Catarina II da Rússia, José II da Áustria, Marques de Pombal, ministro de Portugal.
https://www.google.com.br/search?q=o+iluminismo+textos&rlz=1C1NHXL_pt-BRBR730BR730&oq=o+iluminismo+textos+&aqs=chrome..69i57j0l2.7110j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8
O Iluminismo tem suas origem no século XVII, mas desenvolveu-se no século XVIII, na França considerado o “Século das Luzes”.
Antigo Regime
Denominação da estrutura política, econômica e social que tinha como características: o absolutismo, o mercantilismo e a sociedade dividida em estamentos.
Razão
Para o iluminismo a razão era a faculdade de fazer julgamentos e inferências (deduzir pela racionalidade).
Os iluministas afirmavam, ainda que a razão se opõe radicalmente à ignorância, à superstição e à aceitação de verdades baseadas na fé e na tradição.
Tal postura colocou-os contra as autoridades religiosas, acusando-as de manterem a humanidade na ignorância em proveito próprio. Apesar disso, mantinham a crença em Deus, por considerá-lo a “expressão máxima da razão”.
O que o iluminismo defendia
• Igualdade comercial e jurídica.
• Tolerância religiosa ou filosófica
• Liberdade pessoal e social.
Os pensadores iluministas tornaram-se porta vozes de todos aqueles que almejavam mudanças sociais, como o fim do poder absoluto dos reis e o triunfo das liberdades individuais.
O que o iluminismo criticava
Os princípios iluministas chocavam-se com os do Antigo Regime. Assim o iluminismo criticava:
• O absolutismo monárquico: porque protegia a nobreza e o clero mantendo seus privilégios. Além disso, impediam os burgueses de participarem do poder. As regalias da nobreza deviam-se ao fato de serem bem nascidos.
• O mercantilismo: porque a intervenção do Estado na economia era considerada prejudicial ao comércio e ao enriquecimento da burguesia.
• O poder da Igreja: porque esse baseava-se em verdades reveladas pela fé. Isso chocava-se com a liberdade do indivíduo para elaborar conceitos, normas, idéias e teorias.
Pensadores Iluministas
René Descartes era filósofo, matemático, cientista e um dos pioneiros do movimento iluminista.
Na sua obra, Discurso sobre o Método, Descartes afirma que para se chegar ao conhecimento é preciso fazer uma crítica a todo saber acumulado pelo ser humano, o que se consegue usando a dúvida como método. Assim sendo, segundo ele, é preciso duvidar de tudo o que se vê ou se ouve e até mesmo das verdades estabelecidas pela ciência.
“Para Descartes, o ato de duvidar permite ao homem comprovar sua própria existência, pois quem dúvida pensa, e quem pensa existe. Assim sendo ele chegou a sua proposição básica: ‘Penso, logo existo’” (BOULOS, Jr.,A. História Geral.v.2, FTD, 1995)
John Locke (1632-1704), filósofo inglês.
Na sua obra Ensaio Sobre o Entendimento, Locke elabora uma nova teoria sobre o conhecimento. Para ele, ao nascer, o homem é uma tábula rasa, um papel em branco. Aos poucos através da experiência, a mente humana vai registrando idéias simples. Depois, organizando, comparando e relacionando tais idéias por meio da razão, chega a elaborar idéias complexas.
No plano político, Locke contribuiu para o combate ao absolutismo negando a origem divina dos reis e afirma que o governo nasceu de um acordo, de uma relação contratual, entre governantes e governados. Diz que depois do acordo, os governados continuam tendo direito à vida, à liberdade e à propriedade e que, se não forem respeitados, Têm o direito de se revoltar contra o governo.
Montesquieu (1689-1755), jurista, filósofo e escritor.
Na sua principal obra, O Espírito das Leis, contrariou os pensamentos religiosos de Bossuet*.
Nesse mesmo livro, Montesquieu expôs sua teoria dos três poderes. Partindo da idéia de que “qualquer pessoa que tenha o poder tende a abusar dele” propõe a divisão do poder político em três: Legislativo, para elaborar e aprovar leis; Executivo, para executar as leis e administrar o país; Judiciário, para fiscalizar o cumprimento das leis. Para esse pensador francês os poderes deveriam ser autônomos. Ou seja, cada um deles deveria atuar de modo a impedir o abuso de poder dos outros dois.
Voltaire (1694-1778), filósofo.
Foi um dos mais famosos pensadores do Iluminismo. Com seu estilo literário irônico e vibrante, destacou-se pelas críticas que fez ao clero católico, à intolerância religiosa e à prepotência dos poderosos.
Em termos políticos não era propriamente um democrata, mas defensor de uma monarquia respeitadora das liberdades individuais, cujo soberano governaria guiado pelo pensamento iluminista – era o Despotismo Esclarecido.
Uma de suas maiores marcas era a defesa da liberdade de pensamento que ele expressou em uma celebre frase:
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”
Rousseau (1712-1778), filósofo.
Era um democrata convicto expressando o pensamento das camadas mais baixas da população. Foi uma exceção entre os iluministas, pois criticava a alta e média burguesia e a propriedade privada.
Numa de suas principais obras, O Contrato Social, afirma que o povo é soberano e que o fundamental é a vontade da maioria expressa através do voto universal “Se o governo eleito pela maioria não estiver representando, o povo não só pode, como deve substituí-lo”.
Os revolucionários franceses resumiram a essência do pensamento democrático de Rousseau em três palavras: “liberdade, igualdade e fraternidade”, que compuseram o lema da Revolução Francesa.
Em uma de suas obras: “Discurso sobre a origem da disigualdade entre os homens” Afirmava que o surgimento da propriedade privada era responsável pelas infelicidades e desigualdades sociais.
“O primeiro que concebeu a idéia de cercar uma parcela de terra e de dizer ‘isto é meu’, e que encontrou gente suficientemente ingênua que lhe desse crédito, este foi o autentico fundador da sociedade civil. De quantos delitos, guerras, assassínios, desgraças e horrores teria livrado o Gênero humano aquele que, arrancando as estancas e enchendo os sulcos divisórios, gritasse: ‘cuidado, não daí crédito a esse trapaceiro, perecereis se esqueceres que a terra pertence a todos’”
Enciclopédia
Obra que sintetizava o pensamento iluminista era composta, por 35 volumes. Contribuiu para difundir as novas idéias. Foi organizada por dois pensadores do Iluminismo: Denis Diderot e Jean D’Alembert.
Fisiocratas
Condenavam o mercantilismo e a intervenção do Estado na economia. A natureza era a fonte de toda a riqueza, daí a supremacia da agricultura sobre o comércio.
Ao contrário dos mercantilistas, consideravam o comércio uma atividade econômica estéril, que não produz riquezas, mas simplesmente as troca. Condenavam também a intervenção do Estado na economia, afirmando que a economia funciona por si mesma, impulsionada por leis naturais. Seu lema Laissez faire, laissez passes, le monde va de lui-même – Deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si.
Expoentes: Quesnay, Turgot e Gournay.
Adam Smith (1723-1790), escocês, economista.
Influenciado pelas idéias fisiocratas elaborou as bases do liberalismo econômico. Defendia um sistema econômico baseado na liberdade da concorrência e na lei da oferta e procura. Negava a intervenção do estado sobre a economia.
Em seu livro A riqueza das Nações defendeu a teoria de que a economia funcionava por si mesma, como se houvesse uma “mão invisível” a dirigi-la. Para Smith a fonte da riqueza era o trabalho.
Despotismo Esclarecido
O Despotismo Esclarecido foi à tentativa de alguns monarcas absolutistas de adaptar idéias iluministas a política absolutista. Para isso introduziram várias reformas.
Como exemplos das reformas do absolutismo ilustrado podemos citar:
• Educação: incentivo a educação pública através da construção de escolas, do apoio às academias literárias e cientificas e da divulgação de textos eruditos.
• Tributos: aperfeiçoamento do sistema de arrecadação tributária, procurando tornar menos opressiva a carga de tributos cobrados das classes populares.
Os representantes mais destacados foram Frederico II da Prússia, Catarina II da Rússia, José II da Áustria, Marques de Pombal, ministro de Portugal.
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