Fortalecimento do poder dos reis A formação da Espanha
Na região vizinha a Portugal, as lutas dos cristãos contra os árabes muçulmanos eram lideradas pelos reinos cristãos de Aragão e Castela. Ambos possuíam cidades portuárias movimentadas, como Barcelona, e uma burguesia próspera que colaborava fornecendo dinheiro para a luta contra os árabes.
Em 1469, ocorreu que os reis cristãos Fernando de Aragão e Isabel de Castela casaram-se e uniram suas terras e seus esforços no combate aos árabes. Em 1492, os exércitos de Fernando e Isabel ampliaram seu território reconquistando Granada, o último reduto árabe na Península Ibérica. Anos depois, com a conquista de Navarra, completou-se a formação do reino da Espanha.
No século XI, Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia, conquistou a Inglaterra e tornou-se seu primeiro rei, com o título de Guilherme I. Durante seu reinado, exigiu que toda a nobreza lhe jurasse fidelidade, proibiu as guerras particulares entre os nobres e nomeou funcionários reais para administrar os condados.
Com a morte de Guilherme, o trono da Inglaterra foi herdado por Henrique II, que deu continuidade à centralização do poder, exigindo que todas as questões fossem julgadas por tribunais reais e, não pelos da nobreza. Seu sucessor, Ricardo Coração de Leão, passou a maior parte do tempo fora do país lutando nas cruzadas ou disputando terras com o rei da França, fatos que enfraqueceram a autoridade real.
O rei João Sem-Terra, irmão e sucessor de Ricardo, autorizou sucessivos aumentos de impostos para cobrir gastos militares. Os nobres reagiram a isso e obrigaram João Sem-Terra a assinar a Magna Carta.
A nobreza promoveu uma violenta revolta contra a cobrança de novos impostos ordenada por Henrique III, filho e sucessor de João Sem-Terra. O rei foi obrigado a negociar com os rebeldes por sua participação na revolta, a burguesia ganhou o direito de fazer parte do Grande Conselho, que, em 1265, passou a ser chamado de Parlamento.
A monarquia Francesa
Na frança, o primeiro rei a conseguir impor a sua autoridade a todos os grupos sociais foi Felipe Augusto que nasceu em 1165 e morreu em 1223. Esse rei conquistou feudos imensos casando-se por interesse, comprando terras dos nobres e usando a força de um exército profissional assalariando para fortalecer o poder real.
Luís IX também contribuiu para a centralização do poder na França, ordenando que a moeda real fosse aceita em todo o território e permitindo que todo aquele que fosse condenado pelo tribunal dos senhores feudais recorresse a um tribunal do rei.
Felipe IV, o Belo, deu continuidade à centralização política exigindo que o clero também pagasse impostos. Como o papa opôs a essa decisão, Felipe convocou os Estados Gerais, isto é, uma assembléia formada por representantes da nobreza, do clero e da burguesia.
Outro fator de fortalecimento do poder real na Europa foi a Guerra dos Cem Anos:
O motivo da guerra foi Em meados do século XIV (mais especificamente, no ano de 1337), durante a Idade Média e a crise em que o feudalismo se encontrava, a França e a Inglaterra iniciaram uma série de conflitos armados, que posteriormente ficaram conhecidos como “A Guerra dos Cem Anos”. O trono Francês, carente de um herdeiro direto, desencadeou isso tudo. O rei britânico Eduardo III queria unificar as coroas inglesa e francesa, alegando seu parentesco com o monarca francês Felipe, O Belo. A resposta francesa foi de que a coroa não poderia ser herdada pela linhagem feminina. Algumas questões territoriais também influenciaram o começo desses conflitos: ambos queriam Flandres, uma região economicamente importante que possuía uma aliança comercial com a Inglaterra, o que incomodava os franceses, pois aquele território pertencia à França.
O Primeiro Período ocorreu em 1337 e 1364. Nesse primeiro período, a Inglaterra contava com o apoio dos comerciantes de Flandres, por terem laços comerciais fortes. Com esse apoio, os ingleses venceram as primeiras batalhas e até conseguiram de alguns territórios no Norte da França, mantendo o Canal da Mancha sob seu controle. Até aí, poderia ser apostada uma vitória inglesa, contudo, a Peste Negra – que dizimou cerca de 1/3 da população européia. Pausaram-se os conflitos, que só vieram a ser retomados no ano 1356, quando a Inglaterra conquistou mais regiões e o apoio de alguns nobres franceses. Em 1360, a França se viu obrigada a assinar o tratado de Brétigny, que oficializava o domínio dos ingleses sobre parte da França.
Segundo Período ocorreu entre 1364 até 1380. Carlos V, após subir ao trono, recusou-se a respeitar o tratado assinado em 1360. A França atacou a Inglaterra, pela primeira vez com mais vantagem, e conseguiu retomar boa parte do seu território que estava em mãos dos ingleses. Enquanto o 1º período teve a Inglaterra como destaque positivo, o 2º teve a França. Os conflitos só esfriaram quando Carlos V faleceu, em 1380, o que desanimou os franceses.
Terceiro Período aconteceu entre 1380 até 1422. O sucessor de Carlos V subiu ao trono como Carlos VI, O Insano, porém era mentalmente incapacitado, o que desencadeou uma disputa entre os candidatos ao trono francês entre dois partidos. A guerra civil e a evidente loucura do rei acabaram permitindo que os ingleses conseguissem vantagem. A Inglaterra conseguiu todo o Norte da França, incluindo Paris, e Henrique V casou-se com Catarina, filha de Carlos VI, conquistando o direito de herdar o trono francês. A França acabou dividindo-se: os territórios do Norte ficaram sob o poder do rei inglês, apoiado pelos borguinhões e os poucos territórios do Sul eram governados pelo rei francês Carlos VII, apoiado pelos Armagnacs.
Quarto Período ocorreu entre 1422 até 1453. É só no último período que surge um verdadeiro sentimento nacional entre os franceses, junto com a camponesa visionária chamada de Joana D’Arc. Aos poucos, a Inglaterra foi perdendo o controle sob alguns territórios para os franceses, liderados por Joana. A principal vitória liderada por essa mulher foi a do cerco de Orleans. Após o seu impulso, que mudou todo o caminho da guerra. Que agora estava com a França à frente.
Joana D’Arc nasceu em 1412, numa família camponesa de Domrémy, lugarejo situado no interior da França. Quando criança, brincava, tomava conta dos carneiros e ajudava sua mãe em casa. Como quase todas as crianças camponesas de sua época, não lhe foipermitido aprender a ler e a escrever.
Joana tinha 12 anos quando afirmou ter ouvido vozes vindas do céu que lhe diziam para salvar França comandando seus exércitos e coroar o rei. Aos 17 anos, vendo que boa parte do país estava nas mãos dos ingleses, Joana conseguiu um cavalo e partiu em direção ao Castelo de Chinon, residência do rei, para falar da revelação que tivera.
Depois de passar por diversos testes diante dos teólogos do palácio real, Joana D’Arc recebeu das mãos do rei uma espada, um estandarte e o comando geral dos exércitos franceses. Comandados por Joana, os franceses obtiveram sucessíveis vitórias, libertando, inclusive a importante cidade de Reims, em cuja catedral o rei Carlos foi coroado e recebeu o título de Carlos VII.
Certo dia, no entanto, a valente Joana caiu numa armadilha e foi aprisionada pelo duque de Borgonha, que a vendeu aos ingleses. Desejando livrar-se dela, os ingleses a entregaram a um tribunal religioso, que acusou de herege e de só andar com roupas de homem. Condenada por este tribunal, Joana foi morta em uma fogueira, em 1431.
Depois da morte de Joana D’Arc, algumas monarquias europeias, como a da França, evoluíram para o absolutismo, regime político em que o rei tem poder de decretar leis, fazer justiça, criar e cobrar impostos. No regime absolutista, o rei estava acima da nobreza e da burguesia, colocando-se como mediador dos interesses desses dois grupos rivais. O rei equilibrava-se, procurando contentar tanto a burguesia como a nobreza.
Conforme os reis iam impondo sua autoridade em toda a extensão de seus reinos, foram surgindo pensadores empenhados em justificar o absolutismo monárquico. Entre eles, cabe destacar Thomas Hobbes e Jacques Bossuet que era bispo, e para ele o rei é o representante de Deus na Terra e, como tal é infalível.
O absolutismo variou no espaço e no tempo. O rei que encarnou melhor o regimento absolutista na Europa ocidental foi o francês Luís XIV, o Rei-Sol que nasceu em 1643 e teve sua morte em 1715.
Luís XIV exigia de seus súditos total obediência e lealdade e ocupava-se pessoalmente dos assuntos ligados ao governo. Enfim, agia de acordo com a frase atribuída a ele: “O Estado sou eu”.
Durante seu longo reinado de 54 anos, Luís XIV usou o exército para impor sua autoridade, mas procurou também atender aos interesses de setores da nobreza e da burguesia.
Para atrair a nobreza, adotou a política de “distribuição de favores”, ou seja, Luís XIV distribuía pensões, presentes e empregos remunerados a condes, duques e barões. E, na sua corte, no Palácio de Versalhes, sua residência oficial, abrigava e sustentava milhares de outros nobres. Para obter apoio da burguesia, favoreceu-a por meio de seu ministro Jean B. Colbert, incentivando as exportações, concedendo prêmios em dinheiro e ajuda financeira a manufaturas francesas e isentando-as de impostos.
Mercantilismo
Nos tempos do feudalismo, a medida da riqueza era a terra. Mas com o ressurgimento do comércio e a ascensão da burguesia, o indicador de riqueza de uma pessoa ou um país passou a ser o dinheiro.
Para conseguir riqueza e poder, a maioria das monarquias absolutistas europeias adotou um conjunto de ideias e práticas econômicas entre os séculos XV e XVIII que, mais tarde, foi chamado de mercantilismo. Seus defensores davam grande importância às atividades comerciais, daí o nome mercantilismo. Vale lembrar que o mercantilismo e o absolutismo sempre caminharam juntos.
Assim como o absolutismo o mercantilismo também variou de um país para o outro. Apesar disso, apresentou alguns princípios básicos, entre os quais podemos citar:
· Metalismo: crença segundo a qual quanto mais ouro e prata uma nação possuísse mais rica ela seria. Procurava-se com essa crença evitar a saída de metais preciosos do país.
· Balança comercial favorável: princípio decorrente do Metalismo. Veja por que: na época, o dinheiro era feito de ouro e prata, assim, para reter ouro e prata em um país, exportava-se o máximo e importava-se o mínimo, obtendo saldo positivo na balança comercial.
· Protecionismo: incentivo ao comércio, à indústria e à marinha mercante nacionais, protegendo-os da concorrência estrangeira. Recomendava-se, por exemplo, o aumento dos impostos sobre os produtos estrangeiros a fim de torna-los mais caros, favorecendo os nacionais.
· Todo comércio colonial deve ser monopólio da metrópole: as colônias deviam comerciar exclusivamente com suas respectivas metrópoles. Um exemplo: os habitantes do atual Haiti deviam fornecer açúcar, café e algodão apenas para a França e comprar somente os franceses os tecidos e outros manufaturados de que necessitassem.
O mercantilismo variou no tempo e no espaço. Na Espanha do século XVI, por exemplo, predominou o Metalismo, naquele século, com os metais obtidos na América, a Espanha tornou-se a nação mais rica da Europa. Já na França da segunda metade do século XVII, época de Luís XVI, predominou o protecionismo.
Mercantilismo inglês
Na Inglaterra, a política mercantilista foi aplicada de forma ampla pela rainha Elizabeth I que nasceu em 1558 e morreu em 1903, que se empenhou em incentivar o comércio exterior e a marinha mercante.
Para incentivar o comércio exterior, Elizabeth I concedia prêmios e isenção de impostos às manufaturas inglesas e, ao mesmo tempo, aumentava os impostos alfandegários sobre os tecidos vindos do exterior. Essa rainha estendeu sua proteção também à indústria naval e à mineração. O motivo era simples: por estar eu uma ilha, a Inglaterra precisava de navios para comerciar com outros países. Para fazer navios, precisava de ferro.
A monarquia inglesa também acumulou capitais, apoiando a prática da pirataria nas costas da América, da África e da Ásia. Elisabeth I, por exemplo, deu apoio material e moral ao famoso corsário Francis Drake.
Fortalecimento do poder Real
Com revigoramento do comércio e das cidade,
formou-se um novo grupo social, a burguesia,
composta principalmente por comerciantes. No
entanto, a existência de vários senhores feudais, e
portanto, de diferentes moedas e impostos encarecia
as mercadoria e atrapalhavam os burgueses Fortalecimento do poder Real
... os burgueses aproximaram-se do rei em busca de
proteção e favores; alguns reis, interessados no dinheiro da
burguesia, passaram a fazer leis favoráveis a ela Fortalecido, o rei pôde criar impostos, estabelecer
uma única moeda para todo o território e usar o dinheiro
para criar um exército profissional. Com isso aos poucos o
rei foi impondo sua autoridade a todos os habitantes do
reino o Delimitação de fronteiras
o Moeda Única
o Unificação dos impostos
o Formação de um exército permanente e nacional
o Concentração de poderes nas mãos dos reis (
Absolutismo Monárquico)
o Unificação de pesos e medidas
o Imposição da justiça real
Fortalecimento do poder Real
Nobreza
… a nobreza
empobrecida com o
fracasso das Cruzadas,
também se aproximou
do rei para pedir ajuda
militar, a fim de
reprimir as revoltas
camponesas … o Manutenção dos privilégios da nobreza
NOBREZA: burocracia administrativa (cargos) e
privilégios (pensões e isenção de impostos).
Resultado
No regime absolutista, o rei estava acima da
nobreza e da burguesia, colocando-se como
mediador (árbitro) dos interesses desses dois
grupos rivais. O rei equilibrava-se, procurando
contentar tanto a burguesia como a nobreza O Absolutismo
Absolutismo: Regime político em que o rei tem o poder
de decretar, fazer justiça, criar e cobrar impostos. Características
Concentração total dos poderes nas mãos do rei.
O rei era visto como grande árbitro das questões nacionais.
Luxo e ostentação reforçavam a imagem do rei diante das massas
miseráveis.
Cobrança cada vez maior de tributos, irritando burguesia e povão.
Igreja
A igreja alia-se ao rei
em busca da
manunten;’ao de seus
direitos
Jacques Bossuet (1627-1704)Thomas Hobbes (1588-1679) Teóricos do Absolutismo
Thomas
Hobbes
Estado natural: é
qualquer situação em
que não há um governo
que estabeleça a ordem
Principal obra: Leviatã
... os homens viviam em estado
natural, obedecendo apenas seus interesses
particulares. Por isso a vida era uma guerra
permanente de “todos contra todos”. “O
homem é o lobo do homem.” Para evitar a
destruição da humanidade, os seres
humanos renunciaram a todo o direito e a
toda a liberdade em favor de um único
senhor, o rei absoluto. Foram, portanto, os
próprios seres humanos que entregaram
poderes totais ao rei. Por isso, segundo
Hobbes, o rei não devia satisfação de seus
atos a ninguém. Jacques
Bossuet
Infalível: Que não pode
falhar
Principal obra: política
inspirada na Sagrada
Escritura
... O rei é o representante de Deus na
Terra e, como tal, é infalível. Assim, o
direito que o rei tinha de governar de
modo absoluto possuía origem divina;
por isso a teoria criada por Bossuet é
chamada de teoria do direito
divino dos reis QUANDO: aproximadamente
entre os séculos XV e XVIII.
ONDE: sobretudo na França,
Inglaterra, Portugal e Espanha
Luís XVI, o Rei-Sol
... Exigia de seus súditos
total obediência e lealdade.
“O Estado sou eu” –
Proclamava-se a lei Luís XIV, o Rei-Sol
Durante seu longo
reinado (54 anos), Luís
XIV usou o exército para
impor sua autoridade, mas
procurou também atende
setores r aos interesses e
da nobreza e da burguesia
Luís XIV, o Rei-Sol
Nobreza
o Distribuía
Pensões
Presentes
Empregos
Moradia Burguesia
o Incentivou as
exportações
o Concedeu prêmio em
dinheiro
o Ajuda financeira
o Isenção de impostos Palácio de Versalhes
O Palácio de Versalhes é uma
construção imponente e
luxuosa situada na cidade de
Versalhes (subúrbio de Paris -
França).
O palácio começou ser
construído nas primeiras
décadas do século XVII. Em
1664, durante o governo de
Luis XIV, foi finalizado.
Palácio de Versalhes
Foi utilizado como centro do
poder real francês durante o
absolutismo.
Representava o grande poder
econômico e político da realeza
francesa nos séculos XVII e
XVIII.
Possui 700 quartos, 2 mil
janelas e mais de 1000 lareiras.
O parque que envolve o palácio
têm, aproximadamente, 700
hectares.
Palácio de Versalhes
Internamente é muito luxuoso,
Possui obras de arte, detalhes
em ouro no teto e paredes,
lustres de cristal e pisos de
mármore.
Foi transformado em museu no
ano de 1837.
É considerado um dos maiores
palácios do mundo.
É considerado Patrimônio
Mundial da Unesco.
Palácio de Versalhes
Principais espaços do Palácio
de Versalhes: Grand
Appartement du Roi, Grand
Appartement de la Reine,
Appartement du Roi, Le petit
appartement du Roi, Le petit
appartement de la Reine,
Appartements du Dauphin et
de la Dauphine, Galerie des
Glaces e Capelas.
É um dos pontos turísticos
mais visitados da Europa.
http://tudosobrehistory.blogspot.com/2016/06/fortalecimento-d-o-poder-dos-reis.html